Última parte da entrevista
Qual seu comentário sobre o lema “melhor se arrepender do que fez ao invés de se arrepender do que não se fez”?
Toda generalização é perigosa. Esta frase é parcialmente verdadeira e, portanto, parcialmente falsa. Muitas pessoas usam esta frase por falta de humildade e consciência. Usam a frase para arrumar desculpas nobres para atitudes pobres, ou seja, tentam justificar todos os seus erros e irresponsabilidades. Esta é uma atitude lamentavelmente tola. Uma ilusão perigosíssima. A frase só é verdadeira para o caso das pessoas que estão se referindo a tentativas éticas que não deram certo, ou seja, é melhor nos arrependermos de termos feito a coisa certa mesmo que os resultados não tenham sido os esperados do que não termos feito o que fizemos.
O fato de não agir em determinado momento pode ser considerado uma atitude?
Pode sim. A prudência e a paciência, em determinados momentos, pedem que adiemos uma determinada ação. Nestes casos estamos tomando as atitudes delas no lugar de outra à qual renunciamos temporária ou definitivamente.
Qual a sua orientação nos casos em que a pessoa percebe que tomou a atitude equivocada?
Errar é humano, consertar é divino. Jesus nos aconselhou através da recomendação a seus discípulos: “Sede perfeitos, como Vosso Pai Celestial é Perfeito.” O tempo verbal orienta que devemos buscar a perfeição que ainda não possuímos. Esta perfeição inclui os atributos com os quais compreendemos a Deus, entre eles, a justiça. Assim, se erramos, a melhor atitude é buscar imediatamente corrigir nosso erro e neutralizar as consequências que este erro possa ter ocasionado. Um erro não é o fim do caminho ou do mundo; por mais grave que possa ter sido é sempre possível recomeçar. Tenhamos humildade, vencendo o ego e a vaidade e caminhando na direção da reparação dos nossos erros. Nenhum ato é mais heroico do que vencermos a nós mesmos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito obrigado pelo seu comentário!